E porque hoje é Quinta

Um grande amigo meu disse-me para ver as pessoas como personagens do cinema ou da banda desenhada, por ser um exercício de humor interessante.

De facto, é.

Claro que o meu brilhante cérebro não se limitou a isso, começando logo a desenvolver um guião para uma novela.

Mas como devem saber, um guião é algo que inclui espaços, acções, diálogos, etc. e como já é tarde e amanhã tenho de me levantar cedo, deixo-vos apenas com a premissa, ou seja, a introdução das personagens.

Ora vamos a isto:

Yosemite Sam:

Considera-se um líder nato. Infelizmente só há uma outra pessoa que partilha dessa opinião: o tipo que ele vê no espelho da casa de banho.

Mas é um homem de luta que nunca foge de um conflito. A não ser que o oponente reaja.

Seria frontal e teria um espírito aberto se tivesse nascido em 1843. Actualmente, não passa de uma besta quadrada.

Taz:

As principais características que o definem são o apetite voraz -por tudo o que é mulher - e a total incapacidade de auto-análise no que toca ao ridículo.

Ignorando as dúvidas das outras personagens quanto ao facto de o seu pêlo ser ou não genuíno, segue fielmente todos os passos de Yosemite Sam tentando pelo caminho deitar o dente a tudo - isto é, se Sam o deixar (claro).

Wyle E. Coyote:

Bom rapaz, mas azarado. Faz planos atrás de planos para capturar o seu "Beep Beep" pessoal, neste caso a sobrevivência. Não é particularmente bem visto por Yosemite Sam, estando no limiar de se deixar apanhar e a ficar sem imaginação para arranjar novos esquemas de sobrevivência. Resta-lhe jurar fidelidade a Sam, seja qual for a circunstância. Por causa da sua postura, os outros acham-no um banana.

Maga Patalógica:

Estratega sagaz, quer acima de tudo ficar com a moedinha número um sem olhar a meios para atingir os fins.

A Maga tem contudo, um problema. Ao tentar fazer o bem, acabou carregando uma cruz às costas, o seu irmão:

Mas nada a deterá de obter a moedinha número um. A do Patinhas? Claro que não, não se esqueçam de que este é o meu argumento.

Quer a moedinha número um de...

Pepe le Pew:

Rapaz vivido e viajado. Mantém uma relação de interesses com a Maga Patalógica, ao ponto de permitir a presença do Simple Jack no seu condomínio. Mas tudo vale, desde que Yosemite Sam esteja contente. Não se coibe, contudo, de lhe chamar nomes pelas costas. Pela frente, trata-o pelo carinhoso termo de "chefe".

Ignorando o facto de qualquer pessoa com dois dedos de testa o topar à distância (é, afinal, uma doninha fedorenta), Pepe Le Pew gosta de pensar que tem um charme irrestível; mas a verdade é que não tem sorte ao amor.

As razões são várias, mas a mais actual é atravessar uma relação extra-conjugal da qual já se arrependeu e da qual também já só quer é sair ileso.

Essa relação é com a...

Madame Min:

Toda a gente gostaria de dizer que Madame Min é boa rapariga, mas a verdade é que é um pouco oferecida. Julga ter encontrado o amor em Pepe le Pew, mas descobrirá que está enganada o que lhe dará azo a uma depressão. Afinal, ninguém está interessada em bruxas que já passaram há muito o seu auge, pois como é sabido, a Madame Min além de ter 800 anos é como o bolo rei: traz brinde.

No princípio da novela, Madame Min tentará seduzir Yosemite Sam, só que sem sucesso.

E sem sucesso porque, como todos suspeitarão desde o início, Yosemite Sam afinal sempre foi abichanado.

Ou seja,

a Pantera Côr-de-Rosa:

PS: Como elemento surpresa, nos últimos episódios aparecerá Keith Richards.

Keith Richards tentará aproximar-se de Pepe Le Pew, jurando-lhe lealdade. Pepe Le Pew dirá coisas bonitas a Keith, elogiando-lhe o sentido de responsabilidade e encorajando-o a ter fé no futuro, aumentando a sua auto-estima.

Infelizmente para o Keith, é tudo mentira. Basta, aliás, olhar para ele.

Vejo muito, muito futuro nesta novela. Not!