Heroi Parte II

A sequela ao primeiro filme:

Herói na Suécia e no Mundo

Às vezes,

quando falo do Benfica, comovo-me.






Sim, eu sei. Há-de parecer piroso, desproporcionado, é só "um clube", e outras ideias que tais.

Um pequeno parêntesis, andei com problemas na m*rda da Net.
Já voltou.

E foi por isso que vi um texto enviado por mail pelo meu amigo MM, sobre o Benfica no tempo do Salazar. E, chamem-me o que quiserem, comoveu-me.

E inspirou-me a reencaminhar o mail para alguém que gostava de ver "convertida" ao benfiquismo. Sei que ela não se vai importar que reproduza aqui o que me saiu do coração naquela altura.
Dando o peito às balas para ser chamado de lamechas/piroso para baixo, aqui vai:

" 3 minutos do teu tempo para te ajudar a compreender melhor o que é ser benfiquista...

Dizer que é ser do clube “underdog”, o que é odiado por todos os que não lhes pertencem.
Classe proletária vs classe trabalhadora em tempos idos...

Ser o clube do povo é muito mais do que uma frase feita, é uma prova dada que a união massiva do povo em volta de um símbolo lhe dá força, ao mesmo tempo que o símbolo dá força à voz comum de quem não tem direito a tê-la...

Tempos que já lá vão, dirás. Mas tempos esses que continuam a moldar a linha pela qual o clube se rege.

É por isso que benfiquistas no mundo são 14 milhões. Mais do que a população portuguesa. Forte ou fraco, é o clube com mais associados pagantes do mundo, e logo dos que nem sempre têm para dar com facilidade.

Nem tudo são rosas, mas quando a poeira assenta, o que fica são os ideais. A determinação. A força e a coragem e, por que não?

O saber que o povo unido,jamais será vencido."


Não vejam leituras políticas neste texto. Estou-me a cagar para eles todos.
Sigo ideiais, não fundamentalismos e principalmente, não sigo caras.

E já agora, partilho convosco uma história mais pessoal.
O meu pai jogava bem futebol. Jogava mesmo muito bem. Mas mesmo bem.
Cheguei a vê-lo, eu puto, ele já avançado na casa dos 30, a fazer delícias únicas com a bola em muito campeonato amador.

É um homem de raízes modestas que veio para Lisboa aos 17 anos, para tentar sozinho ganhar a vida.

Jogou nos juniores do Benfica e tinha boas hipóteses de chegar a sénior.

No último ano de júnior, o patrão dele, dono da pensão que lhe dava o trabalho, a comida e a dormida, Sportinguista por sinal, fez-lhe um ultimato:

"Se queres continuar a jogar à bola, só no Sporting. Se continuares no Benfica, despeço-te."

A resposta do meu pai, que precisava do sustento, foi:

"Se é assim, não vou para nenhum."

Foi a resposta possível de um homem a um calhorda sem descrição. Calhou que o único homem honrado desta história seja do Benfica.
Mas o que fica para mim desta lição tão próxima, não é o "amor ao Benfica".

É o amor à auto-estima.

Uma lição que, não a tendo vivido em primeira mão, me guia em muitas das minhas decisões.
Uma lição que o meu pai, o melhor homem do mundo, já sabia aos 18 anos.

Ele não é assim por ser do Benfica.
Ele é do Benfica porque é assim.

Abraços

Terminator - Deleted Scene

Na madrugada da passagem de ano, revi o clássico “O Exterminador Implacável”.






A história é relativamente simples; em 2029, as máquinas dominam o mundo e têm a humanidade à beira do extermínio.
Neste contexto, as máquinas enviam um exterminador para o ano de 1984, na esperança de assassinar Sarah Connor.






Sarah Connor é a mãe de John Connor, o líder da resistência humana em 2029. Ao matarem a mãe do inimigo, as máquinas pretendem eliminá-lo antes de ter nascido.




John Connor, ao descobrir o plano, envia para o ano de 1984 um dos seus melhores soldados, o Kyle Reese.




O que John Connor sabia, mas Kyle não sabia, é que o Kyle teria um envolvimento romântico com a Sarah Connor antes de morrer a lutar com o exterminador.
O fruto desse romance é o próprio John Connor. Kyle Reese é o seu pai.

Resumindo, Kyle foi enviado para 1984 sabendo que tinha de proteger a Sarah Connor.
Ao enviá-lo, John sabia que a missão de Kyle não era só proteger a Sarah, mas também fazer amor com ela de forma a que ele, John, pudesse nascer.
Isto, além de saber que estava a enviar o próprio pai para a morte.


Dado o mote, descobri o script de uma cena que, felizmente, foi cortada do produto final. Trata-se da conversa entre John e Kyle, antes de este iniciar a sua viagem no tempo. John queria certificar-se de que Kyle teria um envolvimento romântico com a Sarah; caso tal não acontecesse, mesmo que Kyle matasse o Exterminador, John não nascia à mesma.

Começa assim:

John Connor e Kyle Resse encontravam-se à porta da máquina do tempo; tinham invadido as instalações da Skynet, havia faíscas e explosões por toda a parte, mas um dos exterminadores fez a viagem até 1984.
Connor, sem perder tempo, pediu a Kyle que se preparasse para perseguir o Exterminador:

-Estás preparado, Kyle?
-Estou, Connor.

-Sabes qual é a tua missão?
-Claro, Connor; identificar o Exterminador e salvar a sua mãe, a Sarah Connor.

-E por que razão tens de a salvar?
-Se ela morrer, o John Connor nunca vai nascer e deixamos de ter o líder da resistência.

-Muito bem. Já que falamos disso, quero dizer-te uma coisa...
-Sim, John?

-Bom, lembras-te da fotografia que te dei da minha mãe, quando ela era nova?
-Claro, guardei-a que nem um tesouro.

-A minha mãe era bonita, não achas?
-Sim, como uma santa. A santa que deu à luz o nosso intrépido líder.

-Era o que temia. A minha mãe é uma figura quase divina para ti, não é?
-Claro, John! Deu à luz o intrépido lider da nossa resistência...

-Já percebi; mas eras capaz de dormir com ela?
-Nunca, John! Era incapaz de cometer tal sacrilégio!

-Não estás a perceber; estou a dizer que, se quiseres, podes.
-... Tem razão, John. Não estou a perceber.

-Podes ter sexo com a minha mãe.
-John... Sente-se bem?

-Claro que me sinto bem, só estou a pensar em ti, rapaz. Vais viajar para 1984, onde não conheces ninguém e não podes voltar para cá... Só quero que te sintas à vontade.
-Obrigado, John. Mas só vou pelo privilégio de proteger a Sarah Connor.

-Com a qual podes ter sexo...
-Por que está sempre a falar disso? Já vou ter as mãos cheias a protegê-la do Exterminador! É uma máquina assassina, implacável, impiedosa...

-Eu sei, mas por outro lado tens a minha mãe; ancas firmes, cara bonita, seios suculentos...
-Pare de dizer essas coisas!

-Kyle, só estou a dizer que, entre tiroteios, podes dançar o mambo horizontal com ela...
-Posso fazer o quê?

-Ora, Kyle, não te faças tu de santo. O “mambo horizontal”, o “jogo do vai-vém da salsicha”, a “brincadeira do martelo pneumático”...
-Mas o John bateu com a cabeça ou quê?

-Não, nada disso...
-Posso entrar na máquina do tempo, então? É que já não estou a gostar da conversa!


-Muito bem, podes. Mas antes, recapitula a tua missão.
-Acabei de o fazer...

-Kyle, a tua missão é importantíssima, não podemos correr riscos!
-Está bem! Vou para 1984 proteger a Sarah Connor do Exterminador.

-E...?
-“E” o quê? Mais nada!

-Claro, só para saber se está tudo esclarecido.
-Está!

-Mas se quiseres dar uma queca na minha mãe, estás à vontade...
-Basta! É a gota de água!

-Porra! Isso digo eu, arre!
-Sim, e com que direito? Acha normal o que me esteve a dizer?

-Só te estava a pôr à vontade, rapaz!
-Ah sim? Era assim que punha os seus amigos à vontade antes da guerra? “Ah, anda lá a casa jantar e se quiseres, podes comer a minha mãe?”

-E tu? Oferecem-te chicha de primeira e recusas? És maricas ou quê?
-Maricas???

-Sim, porra! Estou a dar-te um salvo-conduto para papares a minha mãe, qual é o problema?
-Eu... Ainda não percebeu a gravidade do que está a dizer?

-Qual gravidade?
-Quando é que o John Connor deixou de ser o líder da resistência e passou a ser o “chulo temporal” que vejo à minha frente?

-“Chulo”? Olha lá, tás a chamar a minha mãe de puta? A minha mãe era uma santa, ouviste?
-Era o que eu pensava até há cinco minutos atrás!

-Como assim, “era” o que pensavas?
-Bolas, pelo que percebo, devia ser a bicicleta da aldeia!

-Ah, meu filho da puta...
-Eu? Tem a certeza que esse sou eu?

-Vou-te partir todo!
-Vais? E eu vou partir a tua mãe toda, por trás! Ali, pimba, pimba!

-És um homem morto! Ninguém fala assim da minha mãe, nem o meu pai!
-Acredito! Mas o filho, vai lá, vai...


E antes que John Connor sacasse da pistola, Kyle accionou a máquina do tempo para cumprir a sua missão. O resto, como sabemos, é história.

Voltei, no arranque do ano de 2010...

... no calendário que alguém há muitos anos nos arranjou.
É engraçado como nem sequer pômos em causa a métrica diária que nos governa.

Bom, mas isso é outro debate e nem vou por aí.
Além do mais, como este calendário tem feriados, nem sequer posso dizer que me estou a queixar.

Um pequeno parêntesis; quero deixar as minhas desculpas pelo hiato blogueiro. Muito obrigado a todos os que, pacientemente, visitaram a minha página diariamente apesar de não haver conteúdo novo.

Um grande, grande abraço para todos e uma simples declaração: estou de volta.

Fechando o parêntesis, desejo-vos o seguinte, minha gente; já que nos deixamos governar pelo calendário vigente, toca a injectar energia no "Ano Novo". Mostrem-lhe os dentes, quer seja para sorrir ou para morder.

E pronto, deixo-vos uma "golden oldie" dos Prodigy. Metam o som bem alto e, no fim, garanto que vão ter 50 mil volts a faíscar pelos vossos corpos. Toca a abanar essas carolas e a sacudir essas peidas*!


* Pequena nota: por "sacudir a peida", entenda-se "mexer o corpo". Não quero que pensem que de alguma forma fantasio com dezenas de rabos a badalar assincronamente ao som de Prodigy; por muito agradável que possa potencialmente parecer a muita gente, não foi essa a intenção.