Amor - Uma Ode Sentida

Um dos mais belos sentimentos do mundo é o amor.
Amor que, para o poeta, é algo de inexplicável que se sente, mas que não se compreende.

Para o cientista, não passa de uma disfunção hormonal acoplada a sentimentos de necessidade.
Quando amamos, projectamos no objecto do nosso amor aquilo que esperamos dele.
É o que nós queremos que a outra identidade seja, não o que ela é.
E quando essa identidade desaparece da nossa vida, choramos; choramos pela tristeza que nos causa perder algo de que necessitamos.


Sou um homem cheio de amor.
Amo muitas coisas.
E amo a minha casa-de-banho.

Amo-te, ó casa-de-banho,
tu que albergas urina, fezes e ranho.
E nem falo das vezes que lá me agachei
sempre que me senti mal e vomitei.

Tu possuis a banheira
com a qual limpo a minha sujeira.
Tens também um bidé,
que lava o rabo e qualquer pé.

Gosto do teu lavatório,
instrumento de uso simplório.
Água fria ou água quente, qual quê...
Água morna, minha gente.

Também tens a sanita,
a mais desgraçada de todas.
Não só leva com a merda rija
como lhe calham as outras soltas.

E quando a coisa é mesmo, mesmo má
de pouco ou nada serve o piaçá:
calçamos a luva e com um pouco de tacto
lá aplicamos o WC Pato... que remédio, pá.

1 comments:

Anónimo disse...

Poeta desconhecido a fazer inveja ao Luís (o Vaz), ao William, e sobretudo ao Manuel Maria...
Porque não publicar tão lindos versos?
Beijinhos e saudades, com a amizade de sempre! :)