O "Macho"


Comecemos este post com uma definição abstracta; dá sempre para estabelecer desde logo o ambiente:

Pensemos em "classe".

Surgem-nos logo uma série de conceitos, não é? Altivez, nobreza de carácter, justeza, elevação.
Certo, malta? Acho que podemos continuar.

Uma vez que o mote está dado, imaginem este cenário hipotético:Um director de uma qualquer empresa em Lisboa espalha entre alguns dos funcionários da dita empresa uma série de difamações, sendo que o alvo é um dos trabalhadores.
Imaginemos, hipoteticamente, que o alvo dessa difamação fui eu.

Vamos dar profundidade às personagens desta história fictícia, dizendo, sei lá:

Que o Director dessa empresa tem (por exemplo) perto de 50 anos e julga-se a maior dádiva de Deus à terra. Infelizmente não passa de uma pessoa um pouco tapada, desequilibrada emocionalmente e com uma infinita capacidade de se achar um valente, um "macho-man"; embora esse "macho-man", para quem vê de fora, se possa encaixar no célebre hit dos Village People.

Quanto a mim... ok, imaginem que tenho 30 e poucos anos, pouca pachorra para aturar badamecos (de qualquer idade) e muito pouca tolerância para estupidez e arrogância.

Se leram até aqui, os meus parabéns. E o meu obrigado.
Mas agora é que a história vai começar a aquecer.

Como sabem, nesta história fictícia o Director não gosta de mim, e para denegrir a minha imagem começa a difamar-me em variados círculos.
Atencioso da parte dele, não? Se calhar em demasia. Poderia dizer que é uma atenção digna do macho-man dos Village People, mas nem vou por aí.

Para acrescentar um pouco de acção, façam de conta que o director, há uns seis meses atrás, entrou pela minha sala adentro armado em macho-man a gritar comigo.

Imaginem também que lhe dei três hipóteses para baixar o tom de voz. Como não o baixou, imaginem que à quarta vez eu me levantei da cadeira e disse:

-"Ouça lá, mas afinal o que pretende?"

Tendo ele começado logo a andar às arrecuas com as mãos para a frente, como quem diz "não me façam mal".

Perplexo, mas concentrado no assunto, insisti:

-"Não, não. Já que começou a conversa, agora acabe."

E ele, simplesmente meteu o rabo entre as pernas ao mesmo tempo que enfiou a viola no saco e raspou-se o quanto antes, borrado de medo (do quê, não sei).

Não sei por que fugiu como um texugo foge de um incêndio; mas garanto teve a sua piada.
O que sei ao certo é que um episódio destes deixa marcas em qualquer macho-man, seja o dos Village People ou não.

Caros amigos, a merda cheira a merda.
E quando a merda se borra toda, imaginem o pivete.

E como:
a) Esta patético-hipotética história não se passou num jardim-escola.
b) A merda cheira mal,
não vou - nesta história fictícia - tirar satisfações com o Director.

Basta-me a feliz recordação de ter visto um cagalhão borrar-se todo à minha frente.

7 comments:

Miguel M. disse...

Um macho com uma pontinha (GRANDE) de azedo. A ideia dele era pôr-te o rabo entre as tuas pernas e depois olhar para trás e dizer-te "tira, tira que quero fazer cócó"!! Há com cada um! Dassss

Um abração

Anónimo disse...

Engraçado! Há dias ouvi uma história muito parecida, mas contada ao contrário!!! A história também era fictícia, mas nesta versão o trabalhador espetava um dedo ameaçador na direcção do chefão e dizia "Tu... tu... tu...", com uma total falta de respeito!
E que a partir desse dia o trabalhador ficou "marcado".
Tristezas para esquecer! Beijocas!

Quantum disse...

Ah ah.
O que vale é que na minha história fictícia há uma sala cheia de testemunhas.
"tu tu tu"?
Isso era o telefone a dar sinal de impedido.

Quantum disse...

MM, pelo aspecto não duvido que tenha uma pontinha...
Mas a avaliar pelos complexos, deve ser bem pequena.

Abraço!

Joshua disse...

A conta é que não deve ser pequena, + 140 mil -140 mil, o que é isso?! O mexilhão é que se lixa sempre....

Saudações

Quantum disse...

Caga nisso, Joshua.
Que negativo, pá.
Por muita guita que tenham, continuam a ter a horta pequena.

Abraço!

Joshua disse...

Ya!